O Homem
Quero ser devorada . Sem dó nem piedade. Quero sentir que agora só me queres a mim e mais ninguém. Quero ser a terra que nunca foi lavrada e estremecer quando entrares em mim pela primeira vez. Oxalá os meus fluídos te matem a sede que também é minha. Chega bem o teu corpo ao meu, morde-me como uma fera domina a sua presa! Agarrar-me, não me deixes mexer. Toma-me, passa as tuas mãos sobre os meus lábios e dá - me a provar. Tu sabes... Como gosto de sentir o meu sabor quente e almiscarado na tua boca. E começa o festim de nos provarmos uma e tantas vezes. Este rodízio de sabores leva a que tenhamos que sentir o quente do nosso interior, o pulsar do nosso sexo dentro do outro. Olhas-me com vontade de ir mais dentro, mais fundo, mais intenso. Não pares agora... Continua! Mais e mais... Quero gritar, chorar, agarrar-me a ti com os dentes. Sentir que só assim somos os dois. Que mais que só os dois, somos algo que se sente, que fica mesmo quando não está.