O Inicio
Saímos de casa naquela noite a achar que sabíamos o que procurávamos. Tinhamos discutido que nem loucos. Uma loucura que nos levou a acreditar que íamos atingir o princípio basilar da filosofia Swing... amizade com intimidade.
Não sabíamos como lá chegar... ouviamos relatos
de profunda conexão, mas era um cenário que se vislumbrava através
de uma parede translúcida e intransponível. Não se via a
placa com o néon a apontar: ”por aqui casais swingers!”
Tínhamos medos e inseguranças. Medo
de perder algo que nunca se tem e julgamos ser nosso. Medo de
nos perdermos a nós próprios num vórtice de busca
constante de encontros sexuais desprovidos de profundidade.
Tanta coisa que nos passou pela cabeça nas primeiras discussões: "será que me vais deixar para estar com alguém do outro casal? Será que os abraços que damos vão deixar de ter qualquer sentido para ti? Será que agora é só sexo e já não há tempo para esperares por mim. Será que…?”
Tanta coisa que nos passou pela cabeça nas primeiras discussões: "será que me vais deixar para estar com alguém do outro casal? Será que os abraços que damos vão deixar de ter qualquer sentido para ti? Será que agora é só sexo e já não há tempo para esperares por mim. Será que…?”
Estávamos
inseguros sobre a possibilidade de criar mais uma relação para
gerir. Um relacionamento que deixasse de ser a dois e passasse a 4.
Ou os dois passassem a ter correspondentes diferentes. Era o medo que
alguma entidade viesse e tomasse o que era nosso. Só que o outro não é nosso,
acompanha-nos por prazer, por amor. Não impomos nada.
E assim foi, com a cabeça cheia e sem saber se íamos voltar a entrar em casa
com as mesmas crenças com que havíamos saído. Fomos, sem saber, para a nossa primeira troca. Aconteceu com um casal experiente que nesse primeiro encontro, sem nos darmos
conta, partilharam conselhos que ainda hoje nos ajudam nas mais diversas
situações. Fizeram-no partilhando o seu caminho! Houve sexo mas o que nos ficou foi a partilha.
Voltámos juntos para casa com a “Caixa de Pandora” completamente
escancarada. Nesse momento apercebemo-nos que esta nova forma de
estarmos na sexualidade é um potenciador. Traz conexão entre os dois quando deitamos para trás das costas os
medos e demonstramos pelos casais com quem nos relacionamos algo tão
singelo como a profunda amizade. Algo que se sente pelas pessoas de
quem gostamos “Mais do que o prazer que tirámos em estar com
outros o que nos move é o prazer que os outros têm em estar
connosco”.
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